quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Trump e a democracia

Donald Trump será o 45º presidente dos Estados Unidos da América. O candidato fanfarrão e polêmico ganhou contrariando pesquisas de opinião e superando desconfianças dentro e fora dos EUA.

Para muitos ele é símbolo do self-made man (homem que faz a si próprio, ou seja, cresce por seus próprios méritos). Mas começou sua carreira empresarial com U$$ 1 milhão de presente do pai. Ele já declarou nunca ter fracassado, porém alguns dos seu negócios já faliram.

Artista de rua anuncia a vitória de Trump em Hong Kong

É muito cedo para arriscar sobre o futuro do governo Trump. Mas com certeza será uma gestão pragmática e de acordo com os anseios do seu eleitorado de perfil mais conservador. A história já nos ensina, que as crises econômicas podem levar ao poder personagens histriônicos e caricatos. A Alemanha deu ao mundo Hitler, o Brasil elegeu Jânio Quadros e Fernando Collor. 

Nesse contexto de debates, frustrações, medo e insegurança com a eleição de Trump, a imprensa estatal chinesa declarou que a eleição do novo presidente dos EUA "é o que acontece quando se tem democracia". Lógico que a cutucada é uma forma de exaltar o regime autoritário do gigante asiático.

Para Aristóteles, o grande filósofo grego, a democracia poderia facilmente se degenerar para a demagogia (termo de origem grega que significa "arte ou poder de conduzir o povo").

Mas pensando bem, em um mundo onde tudo é espetáculo e a figura do marketeiro na campanha política é mais importante do que um bom e viável plano de governo, milhões de eleitores (ou democracia de massas) tem sido vítimas fácil dos mais absurdos apelos dos demagógicos.

Fonte:

BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo; tradução Sérgio Bath. - Brasília: UnB, 1980

O Globo, domingo, 06 de novembro de 2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário