quarta-feira, 5 de maio de 2021

Como se defende a honra de Deus?

A resposta está no final do texto.

Paulo Gustavo morreu.
E, sim, teve pastor - talvez levado por motivos políticos/ideológicos - que teve a coragem de assumir que orava pela morte dele, ou que não ia orar pela recuperação dele. Pior ainda é eu, como assembleiano, ler que se trata de um pastor assembleiano de Alagoas se prestando a isso, sob a alegado de estar "defendendo a honra de Deus".

Só digo uma coisa: Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores da Assembleia de Deus (esses que visitavam presos e pessoas doentes - leiam suas biografias) orariam pela cura dele para, em seguida, anunciarem o Evangelho. Esse sempre foi o padrão, que, infelizmente, tá deixando de ser.

Em minha pesquisa, cansei de ler histórias de perseguidores ou críticos às pessoas de Berg e Vingren (ou qualquer outro pioneiro da igreja), receberem orações desses homens de Deus. Com essas boas ações em sentido contrário, o preconceito/bullying religioso que os crentes da Assembleia de Deus sofriam ia ruindo.

Paulo Gustavo era de esquerda? Era. Era gay? Era. Detestava conservador? Sim. Detestava evangélico? Talvez; não sei. Provavelmente ele nem falaria comigo por discordamos em alguns valores. Mas era uma criatura de Deus, e nenhum rótulo político/identitário anula a importância de um ato de caridade espiritual que naturalmente é (ou deveria ser) um dever nosso, como cristãos - como imitadores de Cristo.

Me lembro que lendo Atos dos Apóstolos, vi que Ananias não queria orar por Paulo, aquele que perseguia cristãos, que se encontrava cego. No entanto, engoliu o ego e fez o seu dever: orou por Paulo e, após isso, ele teve sua saúde ocular recuperada. Isso não foi deixado escrito na Bíblia - nossa regra de fé de conduta - por acaso.

Eu oraria por alguém do Porta dos Fundos, pelo Felipe Neto, etc., não por ser o bonzinho, ou por vomitar nobreza, querer cliques ou likes, mas sim pq esse ato em si é pôr em prática a mensagem do Ministerio da Reconciliação que Cristo me confiou.

Teremos vergonha do momento que vivemos. Como crente assembleiano, só me cabe pedir desculpas sobre posturas de uns, mas a história da nossa igreja não é essa. E ainda bem que a postura da maioria dos pastores é de orar por todos - pq eu vejo isso. Mas me espanta ver em casos isolados atitudes contrárias. 

A melhor forma de defender a honra de Deus é não trazer envergonha para o nome de Cristo, Seu Filho, nem pra Sua Igreja. A outra forma é de levar criaturas à reconciliação com Seu criador, uma vez que Deus não tem prazer na morte de um ímpio. 

Às famílias das mais de 400 mil vítimas fatais (e outros milhares não oficiais) dessa e de tantas outras doenças, dirijo minhas mais sinceras orações.
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Sobre as biografias de Berg e Vingren:
Enviado por Deus - Memorias de Daniel Berg (CPAD)
Diário de Pioneiro - Gunnar Vingren (CPAD)